![]() |
![]() |
Só falta enriquecer o urânio A sociedade de economia mista Indústrias Nucleares do Brasil S.A. - INB, supervisionada pelo Ministério da Ciência e Tecnologia, é a empresa responsável pela exploração do urânio desde a mineração e beneficiamento primário até sua colocação nos elementos combustíveis que acionam os reatores das usinas nucleares. Em toda a sua trajetória, a INB pôde contar com a contribuição do IBQN, que inclui serviços de inspeção de fabricação e montagem, análise de conformidade de documentos e desenhos na fábrica de pó e pastilhas. Com as reorientações dos trabalhos, a INB viabilizou a reestruturação do seu programa de trabalho e mudou completamente o escopo das atividades industriais em Resende, com a modernização da Unidade 1 e a implantação de duas novas fábricas na Unidade II, de Reconversão e de Pastilhas. A INB elevou de 20% para 60% o patamar de nacionalização das atividades do cicio do combustível nuclear, com instalações de padrão internacional. Agora, prepara-se para a implantação da etapa mais importante do cicio, a do enriquecimento, com aplicação de tecnologia desenvolvida pela Marinha e aproveitando os investimentos já realizados na Unidade li. O patamar de nacionalização do cicio de combustível deverá ser elevado para 80% em 2007, quando será concluída a primeira etapa da instalação da planta de enriquecimento de urânio. As atividades de reconversão (transformação do hexafluoreto de urânio em dióxido de urânio, na forma de pó) e a fabricação de pastilhas eram realizadas no exterior. Com investimentos de R$ 46,4 milhões e aproveitamento das instalações prediais e utilidades da antiga NUCLEI, a INB concluiu as duas novas fábricas, passando a deter tecnologia disponível apenas em nove países. Junto com a Fábrica de Elementos Combustíveis, a INB concentra, na sua Unidade de Resende, três etapas completas do cicio combustível nuclear. A Mina de Lagoa Real/Caetité - BA assegura a quarta etapa; as usinas de Angra, a quinta. Fica faltando apenas o enriquecimento para fechar o circuito. 56 continuará sendo feita no exterior a conversão do urânio em gás, de pequeno valor agregado e que não justifica o gasto com a construção de uma usina. As fábricas de pó e pastilhas exigiram investimentos de R$ 36 milhões na aquisição de novos equipamentos, qualificação de pessoal e obras civis. Para erguê-las, os técnicos da INB aproveitaram as instalações e parte das máquinas da antiga usina de enriquecimento da NUCLEI, desativada pela inviabilidade econômica do processo. Estas fábricas vão garantir logo de início, uma economia anual de divisas de cerca de US$ 1O milhões, só com a interrupção da contratação desses serviços no exterior para abastecer as usinas de Angra 1 e Angra 2. Com a construção de Angra 3, essa economia subirá para U$ 17 milhões por ano. Antes mesmo de produzir, a unidade de reconversão (pá) já garantiu escoamento para 25% de sua produção: negociações com a Siemens prevêem a partir de agora cinco anos de fornecimento do dióxido de urânio para a Alemanha, um negócio que renderá cerca de U$ 1,2 milhão por ano para a INB. As unidades de pó e pastilhas estão perfeitamente ajustadas a todas as normas e padrões ambientais que regulam a instalação dessas fábricas. De concepção moderna, as duas vão gerar quantidade reduzida de efluentes (rejeitos), que serão tratados levando em conta todas as regras de segurança ocupacional, radiológica e física. Nos últimos anos, a INB também modernizou a Fábrica de Componentes e Montagem dos Combustíveis. Com investimentos da ordem de R$ 6,5 milhões, a INB dotou a Unidade de equipamentos de última geração, o que possibilitará aumentar a produtividade e duplicar a capacidade de Produção. Por meio de negociações com a Siemens e de um acordo de transferência de tecnologia firmado com a Westinghouse, a INB iniciou um processo de qualificação dos seus produtos, credenciando-se na fabricação de peças e componentes e montagem do elemento combustível, com o domínio dessas duas tecnologias. A INB tem, desta forma, perspectivas mais seguras de produção e exportação de seus produtos. Um acordo interministerial aprovou a implantação em escala comercial do projeto de enriquecimento por ultra-centrifugação, desenvolvido pelo Centro Tecnológico da Marinha em São Paulo - CTMSP. "A tecnologia da Marinha é bastante avançada e encontra-se muito próxima à de última geração" - ressalta o Presidente da INB, Roberto Nogueira da Franca, "garante eficiência e eficácia, custos operacionais baixos e alto rendimento". O aproveitamento das instalações da antiga NUCIEI também otimizará o desenvolvimento deste projeto que, em 6 a 8 anos, atenderá cerca de 50% da demanda atual interna. |
![]() |